Turistas já deixaram nos Açores mais de 30 milhões de euros

Os turistas já deixaram nos Açores, só em alojamento, de janeiro a Maio, mais de 30 milhões de euros, sensivelmente o mesmo que em 2019.


Já se comparado com o ano passado regista-se um aumento de 241%.


Os proveitos totais dos alojamentos turísticos em todas as ilhas mantêm, assim, a mesma tendência das dormidas, ou seja um aumento considerável em relação aos dois últimos anos e uma ligeira subida em relação aos valores de antes da pandemia.


Os proveitos de aposento também registam uma variação positiva de 250,9% relativamente ao período homólogo de 2021.


Em maio, o rendimento médio por quarto utilizado (Average Daily Rate) foi de 83,0 Euros, quase o dobro do registado em 2019.


A tendência é para aumentar nos meses de Julho e Agosto, sabendo-se que neste mês de Agosto quase todas as unidades hoteleiras estão perto dos 100% de ocupação.


Outras regiões turísticas do país também têm expectativas elevadas neste verão, como o caso do Algarve.


A secretária de Estado do Turismo diz mesmo que tem «expetativas muito boas» para o Verão, no Algarve, com as receitas turísticas a poderem ultrapassar «aquelas que tivemos em 2019», ainda antes da pandemia.


«Temos muito boas expetativas em relação a Agosto e achamos que temos todas as condições de fechar 2022 com valores de receitas turísticas que ultrapassarão aquelas que tivemos em 2019», revelou.


Segundo Rita Marques, recentemente, o «próprio Banco de Portugal reviu em alta estes valores».


«Muito previsivelmente fecharemos 2022 com 4,2% acima dos valores de receitas turísticas de 2019», ilustrou.

Falta de mão de obra

Todas as regiões turísticas, inclusivé nos Açores, se queixam de falta de mão de obra no sector, especialmente na restauração.


A própria secretária de Estado admite essa carência, mas garantiu que o Governo está «muito comprometido em arranjar soluções para a falta de mão de obra no Algarve».


«Sabemos que o setor turístico precisa de continuar a crescer, deve continuar a crescer, temos um potencial extraordinário e, para tanto, temos de manter a excelência no serviço. Isso implica podermos continuar a trabalhar com recursos humanos de qualidade, pagando de forma adequada», disse.

Sector paga menos bem

A governante falou também do recente quadro de mobilidade dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) que seis dos nove países já ratificaram e que foi apreciado em Julho na Assembleia da República.


Esse regime «de entrada e permanência de estrangeiros em Portugal vem trazer alterações substantivas na emissão dos vistos» e pode ser uma ajuda para essa mão de obra.


De resto, Rita Marques assumiu ser «verdade» que «o setor do turismo, de há uns anos a esta parte, comparando com outros setores, paga menos bem».


«Estaticamente, isso é facilmente comprovável, mas também é verdade que os próprios empresários têm vindo a assumir este desafio, este compromisso de pagarem melhor até porque sabemos que este é um setor exigente na conciliação da vida pessoal e profissional», disse.


«Estou confiante de que a Confederação do Turismo de Portugal e as associações representativas, juntamente com os sindicatos, podem evoluir de forma favorável nos contratos coletivos de trabalho», acrescentou.

Fonte: Diário dos Açores