Carne IGP com novas regras de comercialização

A Federação Agrícola dos Açores requereu a alteração do caderno de especificações da carne dos Açores IGP porque o diploma inicial não contemplava um conjunto de factores que facilitam a sua comercialização.

Segundo apurou o “Açoriano Oriental”,o diploma passava ao lado, por exemplo, dos produtos transformados de tal forma que empresários agrícolas contactados pelo “Açoriano Oriental” afirmam, com certa ironia, que “quem preparou o documento percebia pouco da venda de carne”.

Mas, se as alterações agora introduzidas na apresentação comercial da Carne dos Açores IGP parecem responder a diversos níveis de procura e de exigência, continuam a não atender, de acordo com as nossas fontes, a outra questão vital que se relaciona com a exportação dos transformados em fresco.

É que o documento publicado em Jornal Oficial refere que “As operações de abate, desmancha, acondicionamento e elaboração dos transformados/ preparados só podem ser efectuadas em unidades devidamente licenciadas e localizadas dentro da área geográfica de produção definida no caderno de Especificações (Região Autónoma dos Açores).

Segundo as fontes contactadas pelo Açoriano Oriental, esse artigo colide com qualquer tentativa bem sucedida de exportação de produtos transformados em fresco. “Atente-se no exemplo de um hambúrguer produzida nos Açores: se quisermos exportar em fresco apresenta um prazo de validade de quinze dias, todavia, como leva em média sete a nove dias a chegar à superfície comercial no continente tal significa que o seu prazo de comercialização fica restringido a pouco mais de uma semana...”.

Como alternativa, sugerem que o articulado deveria contemplar a possibilidade de determinados produtos continuarem a usufruir do estatuto da Carne dos Açores IGP mas serem transformados no continente, “claro está, com supervisão”, relevam.

Tendo em conta a “idade” precoce da Carne dos Açores IGP os contactos efectuados pelo Açoriano Oriental mais vaticinam que o diploma deverá sofrer novas alterações por forma a facilitar o negócio.

Refira-se que o processo de certificação da carne açoriana foi complexo e moroso.

Entre avanços e recuos nas decisões, nem sempre unânimes, passaram-se cerca de seis anos.

Neste momento, estão certificadas 351 explorações autorizadas a produzir carne IGP.

As ilhas com maior número de explorações são, por ordem decrescente, o Faial (93),o Pico (84) e Santa Maria (64) .

Em São Miguel existem apenas quatro explorações autorizadas, o que atesta a vocação da ilha para a criação de gado bovino de leite e não tanto de carne.

Cabe ao Instituto de Alimentação e Mercados Agrícolas (IAMA), através de uma Comissão Técnica de que faz parte a Federação Agrícola dos Açores, o controlo e certificação da carne IGP.

A carne dos bovinos açorianos é considerada como Carne dos Açores de Indicação Geográfica Protegida (IGP) quando for proveniente das carcaças de bovinos nascidos, criados e abatidos no arquipélago, em moldes tradicionais de acordo com um caderno de especificações (agora alvo de algumas alterações).

Como moldes tradicionais são considerados os critérios de crescimento em pastoreio e alimentação à base de erva.

351 Explorações autorizadas a produzir

Maiores As ilhas com maior número de explorações são, por ordem decrescente, o Faial (93), o Pico (84) e Santa Maria (64). São Miguel conta com apenas quatro.

Controlo Cabe ao Instituto de Alimentação e Mercados Agrícolas (IAMA), através de uma Comissão Técnica de que faz parte a Federação Agrícola dos Açores, o controlo e certificação da carne IGP