Açores cresceram no ranking de empresas inovadoras em Portugal

No período 2018-2020, 48,0% das empresas em Portugal tiveram algum tipo de actividades de inovação (32,4% entre 2016-2018), geradora de despesa, sejam actividades de inovação de produto ou processo, actividades em curso até ao final de 2020, actividades de inovação abandonadas ou suspensas, ou actividades de investigação e desenvolvimento (I&D) desenvolvidas internamente, de forma continuada ou ocasionalmente, ou contratação de I&D a outras empresas (incluindo do seu grupo) ou a organizações de investigação públicas ou privadas, segundo revela o INE.

No triénio 2018-2020, as regiões com maior percentagem de empresas inovadoras foram a Área Metropolitana de Lisboa (A. M. de Lisboa) e o Centro, com 52,2% e 51,1%, respectivamente.
Face ao período anterior, também foram estas regiões que registaram os maiores aumentos face ao período de 2016-2018 (+17,9 p.p. e +16,4 p.p., respectivamente), a par da Região Autónoma dos Açores (R. A. dos Açores) (+19,4 p.p.).

Inovação de produto

No triénio 2018-2020, 22,3% das empresas introduziram inovação de produto, registando-se um ligeiro decréscimo de 0,7 p.p. face ao período anterior (23%).

Por localização geográfica, as empresas localizadas na A. M. de Lisboa, Centro e Região Autónoma da Madeira (R. A. da Madeira), registaram as maiores percentagens, com 25,3%, 23,2% e 21,9%, respectivamente.

É de realçar que, em comparação com o período anterior, todas as regiões apresentaram um decréscimo na percentagem de empresas que introduziram inovação de produto, excepto a A. M. de Lisboa, que registou um ligeiro aumento de 0,4 p.p. e a R. A. dos Açores que não apresentou qualquer alteração.

Bens melhorados

No triénio 2018-2020, no Norte, Centro, Alentejo e R. A. dos Açores, a percentagem de empresas que introduziram bens novos ou melhorados foi superior à percentagem de empresas que introduziram serviços novos ou melhorados.

Nas restantes regiões verificou-se o inverso. Refira-se, no entanto, que as diferenças percentuais entre a introdução de bens ou de serviços, novos ou melhorados, foram pouco significativas, sendo as mais acentuadas nas regiões da A. M. de Lisboa e do Algarve.

Comparativamente ao período 2016-2018, apenas a R. A. dos Açores e o Centro registaram um aumento na introdução de bens novos ou melhorados (+2,3 p.p. e +0,1 p.p., respectivamente), em sentido inverso as regiões com as maiores diminuições foram o Alentejo (-4,0 p.p.) e o Algarve (-3,5 p.p.). No que se refere à introdução de serviços novos ou melhorados, a R. A. dos Açores (+1,6 p.p.) e o Centro (+1,4 p.p.) registaram os maiores aumentos, enquanto o Alentejo (-4,8 p.p.) e a R. A. da Madeira (-2,6 p.p.) apresentaram as maiores diminuições.

Volume de negócios

Em 2020, as regiões cujas empresas apresentaram percentagens mais elevadas de volume de negócios que resultou da introdução de produtos novos ou melhorados foram o Norte (16,3%), a A. M. de Lisboa e o Centro (ambas com 13,3%).

Comparativamente a 2018, todas as regiões registaram um aumento na percentagem de volume de negócios proveniente de produtos novos ou melhorados, com exceção da R. A. dos Açores (-8,3 p.p.). Em todas as regiões, a percentagem de volume de negócios que resultou da introdução de produtos novos para a empresa foi maior que a percentagem de volume de negócios que resultou da introdução de produtos novos para o mercado, sendo esta diferença mais acentuada no Centro e menos acentuada na R. A. dos Açores.

Inovação de processo

No triénio 2018-2020, 42,7% das empresas introduziram inovação de processo, registando-se um aumento significativo de 14,7 p.p. face ao período anterior (28,0%).

Por localização geográfica, a percentagem de empresas com inovação de processo variou entre os 46,7% na A. M. de Lisboa e os 39,2% no Norte, entre 2018 e 2020. Em comparação com o período anterior, todas as regiões apresentaram um aumento na proporção de empresas com inovação de processo, destacando-se a R. A. dos Açores (+18,1 p.p.).

Inovação na organização

No período 2018-2020, 30,1% das empresas introduziram inovações de processo relativos a métodos de organização do trabalho, de tomada de decisão ou de gestão de recursos humanos, 25,4% métodos de processamento ou comunicação de informação e 24,1% métodos de produção ou desenvolvimento de bens ou prestação de serviços, representando acréscimos de 9,7 p.p., 7,6 p.p., e 6,6 p.p. face ao triénio 2016-2018, respetivamente.

Em todas as regiões, verificou-se que, em termos percentuais, houve mais empresas que introduziram métodos de organização do trabalho, de tomada de decisão ou de gestão de recursos humanos, variando entre os 34,1% na A. M. de Lisboa e os 26,4% na R. A. dos Açores.

Face ao triénio 2016-2018, todas as regiões registaram um aumento do número de empresas que introduziram uma inovação de processo, independentemente da sua tipologia.

Investimento em inovação

Em 2020, as empresas sedeadas na A. M. de Lisboa despenderam 1 184,1 milhões de euros em actividades de inovação, seguindo-se o Norte com 953,3 milhões de euros (+17,4% e +9,0% face a 2018, respetivamente), representando em conjunto 78,1% da despesa total com inovação.

Entre 2018 e 2020, para a generalidade das regiões, as empresas privilegiaram a cooperação em inovação com fornecedores de equipamento, materiais, componentes ou software, com exceção da R. A. da Madeira em que foi com consultores, laboratórios comerciais ou institutos de investigação privados. Face ao período anterior, houve pequenas alterações em algumas regiões, variando entre -2,1 p.p. na R. A. da Madeira, na parceria com empresas clientes fora do grupo, e +1,2 p.p. na R. A. dos Açores, na parceria de cooperação com as organizações sem fins lucrativos.

Mais apoio público

No triénio 2018-2020, a percentagem de empresas que recebeu apoio financeiro público foi superior na R. A. da Madeira (40,1%), seguido da R. A. dos Açores (32,3%). No que respeita à utilização destes apoios em inovação, evidenciaram-se a R. A. da Madeira e o Centro (7,9% e 7,3%, respectivamente). No que se refere à proveniência do apoio financeiro público recebido, destacaram-se os apoios de autoridades locais ou regionais nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores (34,6% e 29,4%, pela mesma ordem). Em comparação com o triénio 2016-2018, a generalidade das regiões apresentou aumentos na utilização de incentivos fiscais ou subsídios, seja para actividades de I&D ou outras actividades de inovação, ou outro tipo de actividades. Apenas a R. A. dos Açores apresentou decréscimos em ambas.

Fonte: Diário dos Açores