Comissão de Transportes e Logística da CCAH reivindica modelo baseado na complementaridade

A Comissão de Transporte e Logística da Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo reuniu para debater o futuro dos transportes marítimos e os constrangimentos atuais do Porto da Praia da Vitória. Da reunião, resultaram, como principais reivindicações:

1. Quanto ao estudo sobre o modelo de transportes marítimos, cuja realização o Governo Regional está a contratar, a Comissão considera que este deve ter como princípios base - a isenção para ser credível; o transporte marítimo como alavanca para o desenvolvimento económico de todas as ilhas; a redução da pegada ecológica; uma participação ativa de todas as forças vivas e principais players da região, nomeadamente a CCAH; e deve referenciar os vários estudos realizados anteriormente na Região.
Tendo em conta que já foram conhecidas as 4 empresas convidadas a apresentar propostas para a realização deste importante documento estratégico regional, a Comissão considera importante conhecer o caderno de encargos do estudo, qual o critério de seleção das empresas, bem como a constituição do júri do procedimento.

2. A Comissão reforçou ainda a preocupação pela diminuição das ligações marítimas inter-ilhas, sobretudo entre a ilha Terceira e as restantes do grupo central, prejudicando os empresários destas ilhas que pretendem ter ligações comerciais. É imprescindível, para o sistema de distribuição de mercadorias funcionar com eficácia, que as ligações inter-ilhas funcionem de forma eficaz e programada. Reivindica, por isso, que o estudo em adjudicação deve também debruçar-se sobre o designado mercado interno e as necessidades específicas de determinadas exportações e importações.

3. Outra preocupação manifestada pelos membros da Comissão prende-se com o desenvolvimento do Porto da Praia da Vitória. A Comissão considera muito relevante a resolução a curto prazo de 6 pontos, a saber:
a. Implementação de um modelo de gestão global eficiente,
b. Eliminação das limitações de horário, dado que estas prejudicam uma operacionalidade eficaz no Porto da Praia da Vitória,
c. Uma intervenção nas tarifas aplicadas no Porto que permita maior competitividade,
d. Equiparação do âmbito de atuação da OPERTERCEIRA à OPERPDL, nomeadamente quanto ao parqueamento, com as remunerações na devida proporção que daí advém como acontece em Ponta Delgada.
e. Garantia da entrada de parte dos navios de cereais nos Açores pelo Porto da Praia da Vitória, para que o risco da sobreestadia não recaia apenas neste Porto;
f. Eliminação da inoperação no Cais -12 desde a véspera da chegada de um navio de cruzeiro por motivos de limpeza, obrigando a operar no Cais -10 com risco de ondulação. Este prazo, que não faz qualquer sentido, tem de ser substancialmente reduzido.

A Comissão manifestou ainda preocupação pela inoperacionalidade da grua no Porto da Praia da Vitória, considerando ser fundamental a realização de investimentos em equipamentos, designadamente 2 novas gruas para descarga de navios.

4. A Comissão reivindica ainda o desenvolvimento de um Plano Estratégico para o Porto da Praia da Vitória que tenha em linha de conta trabalhos anteriormente realizados e projete o Porto para o futuro.

5. A Comissão reivindicou ainda a Importância de pelo menos uma saída do navio dos Açores ocorrer pela Ilha Terceira, e a manutenção da ligação direta entre o porto de Leixões e o porto da Praia da vitória, que deve ser assegurada mesmo após o fim das obras no porto de Ponta Delgada.

6. É igualmente crucial solucionar as constantes queixas de contentores e mercadorias impedidos de embarcar nos navios durante várias semanas por falta de espaço.